Não vi nesta reportagem uma palavra sobre os laços fundos que Coimbra 2003 forjou e semeou localmente e por fora!
Do que vi, lá apareceram os papagaios emplumados do costume, a debitar os lugares comuns do costume. Gente mesquinha que não soube, na altura, comportar-se à altura do acontecimento. Gente que, sem surpresa, continua na mesma neste ano de graça de 2008: conservadores e bacocos.
A reportagem, a mim que sou desconfiado, parece-me esquisita. Se fizermos uma pesquisa pelo site da TVI vemos pouca coisa dedicada a Coimbra 2003, e o que há está quase sempre ligado a qualquer acontecimento paralelo. Se fizermos um simples análise de conteúdo verificamos que aos tais papagaios foi dada uma percentagem esmagadora de tempo de holofote e que no fim, aparentemente muito, muito a custo, durante uns escassos segundos, lá conseguimos ver o professor Abílio Hernandez tentar transmitir também a versão dos acontecimentos que todos nós, que vivemos aquela realidade por dentro e no seu dia a dia, conhecemos bem.
Ainda assim, naquele escasso lapso de tempo que lhe foi "generosamente" atribuído, conseguiu transmitir a ideia que é preciso sublinhar hoje: os responsáveis, os que estavam na altura e se mantêm no terreno, não têm capacidade para pegar no trabalho feito e dar-lhe continuidade.
Antes de repetirem as imbecilidades do costume, seria bom atentarem na honrosa excepção do Jazz ao Centro Clube. Sem grande conversa, sem golpes de mão, sem invejas, sem protagonismos saloios, só com (muito e bom) trabalho o JACC é hoje, seguramente, uma das mais importantes e sólidas estruturas de divulgação do jazz no País. No País... Uma estrutura nascida em Coimbra, obra de gente de bem que contou com o impulso da Capital para o seu arranque, à qual a Capital deu a "bênção" sem hesitações...
Qual é a obra que os papagaios vão deixar à cidade?
Nesta "reportagem" esqueceram ou ignoraram os laços... Erro capital.
4 comentários:
Não vi!!!
Vou ver se arranjo isso!!!!!
Também vi. Aqueles peralvilhos todos, que não fazem um corno, bem podiam ir-se futricar todos...
Não deixa de dar vontade de rir ver um presidente de câmara a falar como ministro da cultura, mas que na sua esfera de competências, e enquanto presidente de câmara, não fez nada que se visse pelo evento. E o outro tipo do teatro que fala de "profissionais", mas que nunca passou, nem passa afinal de um amador...
Giros estes gajos todos!
Na reportagem que vi dizia-se que Coimbra era "má" sob o ponto de vista da cultura e que má ficou depois de Coimbra 2003.
Ignorar que era "má" é mau. Permitir que continue a ser "má", continua a ser mau. Atribuír à Capital da Cultura todas as culpas por continuar a ser "má" só pode ser piada.
Antes de Coimbra 2003, a situação era "má" porquê?
E depois de Coimbra 2003 continua a ser "má" porquê?
Dá-me ideia que as causas são as mesmas...
E dá-me ideia que isso só tem uma saída: Coimbra B...
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